quarta-feira, 8 de junho de 2011

Homenagem aos Exus e Pombagiras em 15/06 as 19:30h


EXU NA UMBANDA - 12/06


Por Pai Alex d’Oxalá


Èsù é um Orixá africano, também conhecido como: Exu, Esu, Eshu, Bara, Ibarabo,Legbá, Elegbara, Eleggua, Akésan, Igèlù, Yangí, Ònan, Lállú, Tiriri, Ijèlú,. Algumas cidades onde se cultua o Exu são: Ondo, Ilesa, Ijebu, Abeokuta, Ekiti, Lagos.


Exu é o orixá da comunicação. É o guardião das aldeias, cidades, casas e do axé, das coisas que são feitas e do comportamento humano. A palavra Èsù em yorubá significa “esfera” e, na verdade, Exu é o orixá do movimento.


Ele é quem deve receber as oferendas em primeiro lugar a fim de assegurar que tudo corra bem e de garantir que sua função de mensageiro entre o Orun e o Aiye, mundo material e espiritual, seja plenamente realizada.


Na África na época das colonizações, o Exu foi sincretizado erroneamente com o diabo cristão pelos colonizadores, devido ao seu estilo irreverente, brincalhão e a forma como é representado no culto africano, um falo humano ereto, simbolizando a fertilidade por isso muito se confunde a referência africana de exu com a identidade de nossos cumpadres do povo de rua chamados também de exus e pombagiras.


Exus e pombas-giras são espiritos trabalhadores da umbanda com a missão de socorro e proteção dos filhos de fé nas questões terrenas, sentimentais, financeiras e emocionais, sendo nossos cumpadres totalmente emotivos e passionais.Todo o filho de fé na Umbanda traz com sua energia um casal de cumpadres que virão ao médium e seus assistidos como polo invertido tirando energias negativas, livrando de feitiços e descarregando.


Sua função mítica é a de mensageiro, o que leva os pedidos e oferendas dos homens aos Orixás, já que o único contato direto entre essas diferentes categorias só acontece no momento da incorporação, quando o corpo do médium é colegado ao seu Exu por meio dos chacras. É ele quem traduz as linguagens humanas para os seres superiores,protege as casas de santo e seus filhos, por isso, é imprescindível a sua presença para a realização de qualquer trabalho.


Os Exus são confundidos com os Kiumbas, que são espíritos trevosos ou obsessores, são espíritos que se encontram desajustados perante à Lei, provocando os mais variados distúrbios morais e mentais nas pessoas, desde pequenas confusões, até as mais duras e tristes obsessões. São espíritos que se comprazem na prática do mal, apenas por sentirem prazer ou por vinganças, calcadas no ódio doentio. Aguardando, enfim, que a Lei os "recupere" da melhor maneira possível (voluntária ou involuntariamente). Vivem no baixo astral, onde as vibrações energéticas são densas. Este baixo astral é uma enorme egrégora formada pelos maus pensamentos e atitudes dos espíritos encarnados ou desencarnados. Sentimentos baixos, vãs paixões, ódios, rancores, raivas, vinganças, sensualidade desenfreada, vícios de toda estirpe, alimentam esta faixa vibracional e os Kiumbas se comprazem nisso, já que sentem-se mais fortalecidos. O verdadeiro exu ou cumpadre do povo de rua aceita e entende sua missão como umbandista , recebendo e acatando as ordens do guia chefe da casa e da egregora formada pelos outros espiritos trabalhadores passando a fazer parte dessa grande familia espiritual onde todos tem uma grande missão a ser cumprida.A missão da caridade.




Como reconhecer um exu de Lei?


Alguns espíritos usam indevidamente o nome de Exu para canalizar trabalhos de magia dirigida contra os encarnados. O assistido ou consulente tendo uma visão distorcida do trabalho de exu pede para que sejam manipuladas energias que vão de encontro as leis de umbanda e as normas internas estabelecidas pelo guia chefe da casa.Na realidade, quem está agindo é o consulente e aquela entidade seria apenas o veículo. É como se fossemos a energia elétrica e exu fosse o condutor fazendo chegar tudo o que vibramos.


É justamente contra as influências maléficas, o pensamento doentio desses feiticeiros improvisados, que entra em ação o verdadeiro Exu, atraindo os obsessores, cegos ainda, orientando para que reflitam sobre seus atos e procurem a verdadeira evolução. Chamamos de exu de Lei ou exu batizado é todo aquele que recebe missão de caridade.


Não é fácil reconhecer um verdadeiro exu de Umbanda. Para isso é importante que sempre estivermos nos preparando para os trabalhos com nossas entidades (independente da linha) devemos vibrar e atrair sempre os melhores pensamentos, pedindo apenas que sejamos instrumentos na construção da evolução comum de todos os envolvidos(médium+assistido+entidade).Toda a manifestação de exu acontece a partir da apresentação desse exu a egregora da casa e o ato de riscar o ponto. Cada entidade se manifestará a sua maneira, porém deveremos sempre estranhar quando uma entidade se apresenta em movimentos bruscos, jogando o médium no chão, torcendo ou colocando seus membros anatomicamente desconfortáveis, usando de velas e outros apetrechos como forma de demonstração de força. São característcas suas gargalhadas que podem demonstrar a alegria de poder estar servindo , mas que são nada além do que a ativação dos chakras laríngeos liberando a energia necessária para firmar seu ponto ou realizar seu trabalho.


Domínio dos exus


Os exus atuam em diversos reinos sendo os mais comuns as encruzilhadas e cemitérios.Por ser exu uma energia ligada ao movimento,quando estamos nas ruas e estradas juntamente com a energia do orixá Ogum, teremos a presença de nossos bons cumpadres do povo de rua. As encruzilhadas são pontos de confluência que reunem energias importantes para essas entidades por isso que se observam muitas oferendas nesses pontos convergentes.Porém o verdadeiro umbandista quando da necessidade de fazer uma oferenda a exu irá buscar a tronqueira de seu terreiro, onde estão firmadas e plasmadas todas as vibrações de exu para fazer suas entregas. Infelizmente observamos alguns irmãos desavisados agradando exu em estradas de movimento, encruzas abertas com verdadeiros banquetes que só aumentam o vício de alcóolatras e viciados que se utilizam das bebidas ofertadas, além de emporcalhar a cidade e dificultar o trabalho da limpeza urbana.Uma religião com fortes ligações com a natureza não pode contribuir para o aumento da poluição.Em momento oportuno conversaremos sobre “Umbanda Ecológica”.


O reino dos cemitérios ou da calunga pequena é dominado por Omulu e por nossos amigos trabalhadores que tem a missão de zelar pelo campo santo, orientar irmãos recentemente desencarnados e afastar espiritos trevosos que vem em busca desses espiritos perdidos para aumentar seus exércitos.Eles podem atuar nas cercanias, na porteira e no interior dos cemitérios.Por isso diante de qualquer cemitério devemos saudar a energia de Omulu e dos exus guardiões da calunga.




Oferendas a Exu.


Toda a oferenda a uma entidade ou energia de umbanda serve para manipular, imantar e estabelecer a comunicação necessária quando se pretende agradecer ou fazer algum pedido.A principal oferenda a exu é o Padê. O padê é uma mistura de farinha de mandióca , azeite de dendê, rodelas de cebola, a bebida e o fumo de preferência do exu a quem estaremos ofertando.Os elementos do padê de exu em sua grande maioria como a farinha, o dendêzeiro, a pimenta e a cebola (aloboça) são raizes , forças da terra e da água, facilitando assim a forma na confecção do padê. O Azeite de dendê e o mel ,como elementos quentes facilitam a imantação e a velocidade na comunicação com exu.


Podemos observar variações de padê quando esse poderá ser feito em substituição a farinha de mandióca por fubá de milho ou na mistura invés de azeite de dendê colocarmos cachaça ou mel.Porém o que deve ser enfatizado é a confecção da oferenda manipulando a mistura dos elementos e de como essa oferenda retornará em energia no elo de ligação do médium com seu exu. Ao se preparar o padê deveremos faze-lo em momento de meditação vibrando apenas o que estaremos pedindo ou agradecendo. Juntaremos um oberó( alguidar ou louça de barro), a porção de farinha de mandióca ou fubá a ser misturada e o azeite de dendê de forma gradativa,até formar uma grande farófa ou paçoca. Ao término da confecção da oferenda devemos levar ao local da entrega, juntamente com as velas, bebidas e fumo de preferência do exu a ser ofertado e entregamos inicialmente agradecendo tudo que nos foi alcançado permitir até aquele momento e na sequência fazendo os pedidos. Pode se cantar cantigas do exu em questão.