BANHOS E ERVAS

Apresentação:
Ervas e banhos na Umbanda é um assunto muito vasto, entretanto esses elementos também estão em nossas vidas diárias e não damos a devida atenção para eles.
Um banho de ervas ou um simples banho de higiene possui tantos elementos envolvidos que podemos nos beneficiar sempre para a nossa renovação física e espiritual, simplesmente aprendendo a usá-los e entendendo como nossas atitudes, pensamentos e palavras interferem em sua composição.

Definições:
• Banho: “é a imersão total ou parcial de um corpo num líquido, usualmente água ou solução aquosa. É geralmente praticado para a higiene pessoal mas através dos tempos serviu também como ritual de purificação religiosa, tratamento de saúde, convívio social ou celebração”

• Planas Medicinais: “é uma planta que contém substâncias bio-ativas com propriedades terapêuticas, profiláticas ou paliativas. Muitas dessas plantas são venenosas ou pelo menos levemente tóxicas, devendo ser usadas em doses muito pequenas para terem o efeito desejado”.

• Fitoterapia: “do grego therapeia=tratamento e phiton=vegetal. É o estudo das plantas medicinais e suas aplicações na cura das doenças. Ela surgiu independentemente na maioria dos povos.”

Pequeno Histórico sobre o banho
Os banhos estão presentes na sociedade moderna como um ritual diário de higiene, porém esse hábito surgiu a muito anos atrás e não continham somente essa finalidade.
A cultura do banho diário começos com a inclusão de banheiras nas habitações para tentar reproduzir nos lares o prazer de nadar em um rio ou mar.
Os Romanos foram o povo da antiguidade que mais se importavam em transformar o banho num evento social, construindo termas públicas onde qualquer cidadão poderia desfrutar dos prazeres do banho.
Os povos do oriente, principalmente os japoneses, fazem do banho um ritual coletivo de higiene e convívio.
Na cultura ocidental o banho rotineiro foi um costume reintroduzido no século XIX, na Europa, principalmente pela maior facilidade de aquecer a água, e as novas termas, agora chamadas de balneários ou estações de águas, foram criadas. Com a ascensão burguesa locais apropriados para o banho foram introduzidos nas habitações.
No Brasil, muitos povos indígenas já tinham o hábito de tomar banho diariamente. Esse é um hábito presente até hoje, e é considerado uma das heranças culturais dos povos indígenas.
Como ritual religioso o banho é utilizado para a renovação do corpo e da alma, pois trazendo bem estar ao corpo físico e corpo espiritual também é beneficiado.
Os banhos sempre estiveram presentes em inúmeros rituais religiosos, mas a água em sua essência pura também é amplamente utilizada e muito poderosa.

A Água

• Suas propriedades físicas:
Uma característica incomum da água é a sua dilatação anômala. Ela se contrai com a queda da temperatura, mas a partir de 4°C começa a se expandir, voltando a se contrair após sua solidificação. Isso explica porque a água congela primeiro na superfície.
Cerca de dois terços da superfície da Terra está coberta por água, assim como 70% do corpo humano é formado por água. Os aglomerados de gelo no Antártico contem cerca de 90% de toda a água potável existente no planeta.
A água dissolve vários tipos de substancias polares e iônicos, como vários sais e açúcares, facilitando na interação química entre diferentes substâncias foraa e dentro dos organismos vivos.
Apesar disso, algumas substâncias não se misturam bem com a água, entre elas os óleos, podendo ser classificadas como insolúveis e, em alguns casos, hidrofóbicas.

• Religião e Filosofia
A água é considerada como purificadora na maioria das religiões, incluindo o Hinduísmo, Cristianismo, Judaísmo, Islamismo, Xintoísmo e outras. O exemplo do batismo das igrejas cristãs é praticado com água, simbolizando o nascimento de um novo ser purificado com a remissão dos pecados. Verifica-se que nas mitologias politeístas, os deuses vinculados a água, em regra, possuem mais seguidores, gozam de maior prestígio ou ocupam graduações mais elevadas em relação às demais divindades responsáveis de outros fenômenos naturais.
Na Umbanda os banhos tem sido de grande importância na fase de iniciação espiritual, assim como a sua utilização como receituário para consulentes, tornando-se necessário o conhecimento profundo das ervas, mas também da água.

• Pesquisa dos Cristais de Água
O pesquisador japonês Masaru Emoto publicou em livros e sites sua pesquisa com cristais de água.
Dr Emoto tenta comprovar por meio de fotos tiradas de cristas de água submetidos a pensamentos e palavras a força vibracional que elas possuem assim como o grande poder de absorção dessas vibrações pela água.
A experiência é realizada da seguinte forma: a água em estado natural é submetida a uma vibração mental (pensamento), palavra (falada ou escrita), prece ou música; depois a mesma é congelada normalmente com uma etiqueta marcando que tipo de vibração ela foi submetida e seus cristais fotografados por uma câmera especial. Como resultado Dr Emoto consegui lindas fotos de cristais e outras fotos de cristais inacabado ou deformados, tudo isso com a vibração do pensamento. Ele “demonstra como a capacidade singular da água para transportar a vibração natural dessas palavras pode ajudar você a aceitar a mudança e a viver de maneira mais positiva e feliz.”

Algumas imagens dos cristais fotografados pelo Dr Emoto

                                                          Hado música curativa Japonesa

                                                                Música heavy metal


Com essas imagens podemos observar como o pensamento influencia na composição da água e como pode ser benéfico ou destrutivo os atos e pensamentos para o nosso corpo, visto que o mesmo é composto por 70% de água.

As Ervas
Sendo plantas medicinais ou não tem uma importância muito grande na confecção dos banhos, pois as folhas transmitem para nós seus fluídos vitais.
O fluido vital está presente em todos os seres orgânicos e é responsável pela vida. Nessa classe estão os homens, os animais e as plantas.
Os órgãos e o organismo dos seres orgânicos estão impregnados desse fluido vital que se comunica de se movimenta dentro do organismo para sanar algumas lesões e normalizar as funções que foram perturbadas, porém nem sempre a quantidade de fluido vital no ser é suficiente para esse processo, precisando o mesmo de uma “transfusão de fluidos vitais”.
A quantidade de fluido vital não é igual em todos os seres orgânicos. Varia segundo as espécies e não é constante, quer em cada indivíduo, que nos indivíduos da mesma espécie. Portando alguns se acham saturados desses fluídos enquanto outros possuem apenas uma quantidade suficiente para manter a vida.
O fluido vital pode ser transmitido de um indivíduo para outro, aquele que o tiver em mais proporção pode dá-lo para o tem menos podendo até prolongar a vida que estaria prestes a extinguir-se.
Como as plantas estão impregnadas desse fluido elas nos transmitem por meio dos banhos, como as ervas maceradas, pois o sumo que é retirado das plantas contem ainda o fluído vital da mesma, estando aí a importância delas serem frescas, para que não tenham perdido o fluido vital. Entretanto o mundo dos fluidos, mais que qualquer outro, está submetido às leis de atração. Pela vontade, atraímos forças boas ou mais, em harmonia com os nossos pensamentos e sentimentos, estando aí a importância da postura mental e dos pontos cantados (forma de oração) ao macerarmos a erva.

As “leis” dos fluidos:
• São manipulados pelo pensamento e a vontade;
• Está sujeito as leis de atração, repulsão e afinidade;
• A quantidade de fluido não é igual em todos os seres orgânicos, variando segundo as espécies e não é constante, quer em cada indivíduo, quer nos indivíduos de uma espécie;
• Podem ser transferidos de um indivíduo com maior saturação para um que possua saturação menor.


Tipos de Banhos
• Banhos de Descarga: limpa o corpo astral, eliminando a precipitação de fluídos negativos.
• Banho de Energização: ativa os chakas responsáveis pela captação de energia, reativa os centros energéticos e refaz o teor positivo da aura.
• Banhos na Natureza: chuva, mar e cachoeira
• Amaci: banho de fundamento iniciante do médium de Umbanda.


Preparação dos banhos:
Acenda uma vela branca a Ossain (dono da erva) realizando a saudação EWE OSÃ (eu, eu, assa). Ponha a água dentro da bacia juntamente com a erva e macere-a até extrair o sumo. Deixe descansar a mistura, dependendo da “dureza”, por algumas horas(flores, brotos e folhas), até por dias (caules, cipós e raízes). Durante este processo, é importante que o filho de fé, ou cante algum ponto correspondente, ou ao menos esteja concentrado e vibrando positivamente.
Retire o excesso das folhas da bacia.Em caso de banhos de fixação/energização tome seu banho de asseio e posteriormente tome seu banho de ervas. Sendo banhos de descarrego, tome seu banho de descarrego e posteriormente seu banho de asseio que pode ser acompanhado da essência do seu orixá, devendo ser jogado da cabeça para baixo.


O PODER DAS ERVAS, SEGUNDO O ESPÍRITO ANDRÉ LUIZ - DO LIVRO NOSSO LAR:
"Comecei o trabalho procurando esclarecer os espíritos perturbados que se mantinham ligados ao doente. Mas tinha muita dificuldade, pois estava muito abatido. Lembrei o quanto seria bom ter a colaboração de Narcisa e tentei. Concentrei-me em profunda oração a Deus e, nas vibrações da prece, me dirigi a ela pedindo socorro. Contei-lhe, em pensamento, o que estava acontecendo comigo, informando minhas intenções de ajudar, e insisti para que não deixasse de me socorrer.
Foi então que aconteceu o que eu não esperava. Depois de 20 minutos, mais ou menos, quando eu ainda não havia terminado minha prece, alguém me tocou de leve no ombro. Era Narcisa, que me atendia sorrindo:
- Ouvi seu apelo, meu amigo, e vim ao seu encontro. Fiquei muito feliz. A mensageira do bem olhou o quadro, compreendeu a gravidade da situação e disse:
- Não temos tempo a perder. Antes de qualquer coisa, aplicou passes de alívio ao doente, isolando-o das formas escuras, que se afastaram imediatamente.
Em seguida, me chamou decidida:
- Vamos à natureza.
Acompanhei-a sem vacilar e ela, notando meu espanto, disse:
- Não é só o homem que emite e recebe fluidos. As forças naturais fazem o mesmo, nos vários reinos em que se subdividem. Para o caso do nosso doente, precisamos das árvores. Elas vão nos ajudar com eficiência.
Admirado com a nova lição, segui com ela em silêncio.
Quando chegamos a um local onde havia árvores enormes, Narcisa chamou alguém, com palavras que não pude entender. Logo em seguida, oito entidades espirituais atendiam ao chamado. Muito surpreso, vi Narcisa perguntar onde poderia encontrar mangueiras e eucaliptos. De posse da informação dos amigos, que eram totalmente estranhos para mim, a enfermeira explicou:
- Estes irmãos que nos atenderam são trabalhadores do reino vegetal.
E, diante da minha surpresa, concluiu:
- Como você vê, não existe nada inútil na casa de Deus. Em toda parte há quem ensine, se houver quem precise aprender. E onde surge uma dificuldade, surge também a solução. O único infeliz na obra divina é o espírito irresponsável que se condenou às trevas da maldade.
Em alguns minutos, Narcisa preparou certa substância com as emanações do eucalipto e da mangueira e, durante toda a noite, aplicamos aquele remédio ao doente, pela respiração comum e pelos poros.
Ele melhorou muito. Pela manhã, logo cedo, o médico afirmou muito surpreso:
- Ele teve uma reação incrível esta noite! Um verdadeiro milagre da natureza."


Referências Bibliográficas

• O Milagre da Água/Masaru Emoto; tradução Denise de C. Rocha Delela. São Paulo: Cultrix, 2008.

• Magnetismo Espiritual/Michaelus, cap 10, p.80.

• Livro dos Espíritos/Allan Kardec; cap I,II,III e IV

• A Genese/Allan Kardec; cap II e X

• Nosso Lar/André Luiz Psicografado por Francisco Xávier. Rio de Janeiro. FEB

• WWW.winkipedia.org – 25/02/2010